
Os maceioenses estão 11% mais endividados do que no mês passado. Isso foi o que comprovou a pesquisa de Taxa de Endividamento do Consumidor de Maceió, promovida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL) em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB). O resultado do estudo também apontou que 82,7% dos consumidores têm algum tipo de dívida neste mês de novembro de 2010. Em outubro, o nível de endividamento alcançou 71,7%.
Pelo que pôde constatar a pesquisa, o crescimento da capacidade de endividamento foi causada pela proximidade das festas e despesas do final do ano, época em que os consumidores tendem a assumir mais compromissos. “O farto crédito disponibilizado pelo sistema financeiro nacional tem propiciado a contração de novas dívidas”, observou o consultor econômico da Fecomércio/AL e professor de Economia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Fábio Guedes.
A boa notícia
Mas o estudo também traz uma boa notícia. O percentual da renda dos consumidores comprometidos com dívidas continua confortável, na margem de 30%.
E os débitos dos maceioenses não foram considerados tão altos. 70% das dívidas contraídas continuam na faixa até R$ 1.500,00 e, a maioria delas, tem duração entre três meses a um ano. “O perfil do endividamento do maceioense é de curto prazo e como o grosso da taxa de endividamento situa-se em até R$ 1.500,00, isso traz algumas consequências em termos de custos financeiros adicionais, tais como pagamentos de mais juros, pois a maior parte das dívidas é com cartões de credito que, em média, cobram juros de mais de 160% por ano no país”, explicou Fábio Guedes.
A má notícia
A pesquisa também mostrou que o nível de consumidores com dívidas atrasadas também aumentou de 34,6%, registrado no mês anterior, para 48,5%, em novembro. E a falta de controle financeiro ainda é a maior causa do aumento do nível de endividamento, mas essa percepção caiu do mês de outubro para novembro, de 52,2% para 48,6%. Segundo Guedes, essa falta de controle financeiro está relacionada a alguns aspectos, como o elevado nível de confiança na situação econômica atual, o que desperta a falta de atenção para orçamento familiar e também a possível ausência de métodos de controle e educação em economia doméstica.
Já a novidade do estudo é que a taxa de inadimplência, isto é, o percentual de consumidores que têm dívidas atrasadas superiores a 90 dias, declinou de 3,6%, em outubro, para 2,2%, em novembro. Este foi o menor percentual alcançado no ano. Por isso, os dados não devem preocupar os empresários do comércio de Maceió porque esse movimento no perfil de endividamento do consumidor é característico do período do ano, quando as compras começam a aquecer o setor em decorrência das festas natalinas.
Alimentação
O perfil do endividamento dos consumidores apontado pela pesquisa reforça a tendência verificada no mês passado com a maior parcela das dívidas contraídas se concentrando nas compras de alimentos (23,8%). Em seguida, vem a aquisição de móveis residenciais (16%), tratamentos médicos (17,4%) e automóveis e motocicletas (13,2%).
A pesquisa aponta ainda que o cartão de crédito continua sendo o maior instrumento de contração de dívidas. Entretanto, a pesquisa atual registra uma queda no nível de endividamento do consumidor nessa modalidade de meio de pagamento de 57% para 46,7%, de outubro para novembro.
Os carnês de lojas passaram a ser mais usados no mês de novembro e 29,1% dos consumidores maceioenses contraíram dívidas utilizando esta modalidade de pagamento. “Isto é sintomático do aquecimento das vendas principalmente nas grandes redes varejistas da cidade em função da aproximação das festas de final de ano”, ressalta. Em seguida, aparecem os financiamentos (16,6%) e os empréstimos pessoais (12,3%).
Os gastos inesperados, como causas do endividamento do consumidor, aumentaram em relação ao mês anterior, de 22,3% para 25,2%.
As mulheres, no mês de novembro, contraíram mais dívidas que os homens, 84,2% contra 81%. Outro dado apontado pela pesquisa é de que as pessoas com mais de 35 anos são as mais endividadas (84,5%); por escolaridade, os consumidores com nível superior são os que apresentam as maiores taxas (84%).
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